sexta-feira, 18 de janeiro de 2013




    Òya

    Aspectos Gerais

    Dia: Quarta-feira

    Data: 4 de Dezembro
    Metal: Cobre
    Cores: Marrom, vermelho e rosa
    Comidas: Acarajé e abará
    Símbolos: Espada e eruesin
    Elementos: Ar em movimento, fogo
    Região da África: Irá
    Pedras: Rubi, terracota
    Folhas: Pára-raio, louro, flor-de-coral, brinco-de-princesa
    Odu que rege: Osá, Owarín
    Domínios: Tempestades, ventanias, raios, morte
    Saudação: Epahei!


    Origem e História

    O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).

    Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está relacionada ao elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná.

    A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.

    Ilumina o céu na tarde escura,
    Ressoa seu assovio terrível:
    Vento de morte na tarde de chuva,
    Vento que destelha a casa do traidor,
    Que deixa a nuvem inundar a cidade,
    Que destrói,
    Que mata.
    Ilumina o céu na tarde escura,
    Brisa benfazeja que afasta as nuvens negras:
    Vento da vida na tarde de sol,
    Vento que afasta a escuridão,
    Que devolve a luz do dia,
    Que encanta,
    Que brilha.

    Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra seu amor e sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza sua raiva, seu ódio. Dessa forma, passou a se identificar muito mais com todas as atividades relacionadas ao homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.

    O fato de estar relacionada a funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e seu número de paixões mostra a forte atração que sente pelo sexo oposto. Oiá (Oya) teve muitos homens e verdadeiramente amou todos. Graças a seus amores, conquistou grandes poderes e se tornou orixá.

    Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, por tanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas a suas convicções e seus sentimentos.

    Algumas passagens da história de Iansã a relacionam à antigos cultos agrários africanos ligado à fecundidade, e é por isso que a menção ao chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade, sempre surge em suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres de um búfalo, pois essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça.

    Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence.





    O PERFIL DO ORIXÁ


    Iansã é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura das mais populares entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é predominantemente cultuada sob o nome de Oyá . É um dos Orixás do Candomblé que mais penetrou no sincretismo da Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona,, na liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco cultuados no Candomblé. Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara, talvez por causa do raio, já que a santa é sempre invocada para proteger um fiel de uma tempestade. O mesmo acontece com Oyá, que deve ser saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter acesso), mas principalmente porque tem sido Iansã uma das mais apaixonadas amantes de Xangô, o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e, conseqüentemente, da tempestade.


    Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã, ela surge quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, ameaçando os outros, prometendo a guerra, sempre guerreira e, ao mesmo tempo, feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma que desmedida com que exterioriza sua cólera.


    Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos nagôs (ou iorubas, outro nome para a mesma cultura) é a divindade de um rio conhecido internacionalmente como rio Niger, ou Oyá, pelos africanos, isso, porém, não deve ser confundido com um domínio sobre a água.


    A figura de Iansã sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais do panteão mitológico africano, se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de risco e de aventura - enfim, está sempre longe do lar; Iansã não gosta dos afazeres domésticos.


    É extremamente sensual, apaixona-se com freqüência e a multiplicidade de parceiros é uma constante na sua ação, raramente ao mesmo tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas paixões; assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. É o Orixá do arrebatamento, da paixão.






    CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE IANSÃ






    Arquetipicamente, Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.


    Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, que enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos de Ogum.


    São quase que invariavelmente de Iansã, os personagens que transformam a vida num buscar desenfreado tanto de prazer como dos riscos. São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal. Faz parte dos filhos de Iansã a maior arte dos militantes políticos não cerebrais por excelência. Ao mesmo tempo, quando rompem com uma ideologia e abraçam outra, vão mergulhar de cabeça no novo território, repudiando a experiência anterior de forma dramática e exagerada, mal reconhecendo em si mesmos, as pessoas que lutavam por idéias tão diferentes. Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida.


    Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais radical ainda que a anterior.


    O temperamento dos que têm Oyá como Orixá de cabeça, costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia.


    São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de sua vida.


    Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum que pessoas de Iansã surjam freqüentemente nos noticiários. Ao mesmo tempo, é um caráter cheio de variações, de atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam fascinar ( senão aterrorizar ) os que os cercam e os grandes interessados no comportamento humano.


    Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas só detidamente. A longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões. Eles têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente e podem terminar mais inesperadamente ainda. São muito ciumentos, possessivo, muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que ele mesmo faz contra o ser amado. Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos ara seu círculo mais íntimo.


    Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com que vê sua vida amorosa; outros detalhes podem também contaminar os aspectos profissionais.


    Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.








    Logùn Odè


    Aspectos Gerais

    DIA: Quinta-feira
    DATA: 19 de abril
    METAIS: Ouro e bronze
    CORES: Azul-turquesa e Amarelo-ouro
    COMIDAS: Axoxó e Omolocum
    SÍMBOLOS: Balança, ofá, abebè e cavalo-marinho
    ELEMENTOS: Terra (floresta) e água (de rios e cachoeiras)
    REGIÃO DA ÁFRICA: Ilesá
    PEDRAS: Topázio e Turquesa
    FOLHAS: Oripepê e todas as folhas de Oxóssi e Oxum
    ODU QUE REGE: Obará
    DOMÍNIOS: Riqueza, fartura e beleza
    SAUDAÇÃO: Logun ô akofá!!!

    Origem e História

    Logun Edé (lógunèdè) é o orixá da riqueza e da fartura, filho de Oxum e Oxóssi, deus da guerra e da água. É, sem dúvida, um dos mais bonitos orixás do Candomblé, já que a beleza é uma das principais características dos seus pais.

    Caçador habilidoso e príncipe soberbo, Logun Edé reúne os domínios de Oxóssi e Oxum e quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno de sua paternidade.

    Apesar de sua história, é preciso esclarecer que Logun Edé não muda de sexo a cada seis meses, ele é um orixá do sexo masculino. Sua dualidade se dá em nível comportamental, já que em determinadas ocasiões pode ser doce e benevolente como Oxum e em outras, sério e solitário como Oxóssi. Logun Edé é um orixá de contradições; nele os opostos se alternam, é o deus da surpresa e do inesperado.

    Na Nigéria, a cidade de Logun Edé chama-se Ilesa e é uma das mais ricas e prósperas da África, mas o seu culto na região está em via de extinção. Para recuperar um pouco de sua história é preciso voltar à sua cidade, onde encontram-se seu palácio e seus principais sacerdotes.

    Na África negra, dizem que Logun Edé seria na verdade Ólòlún Ode - o guerreiro caçador-, o maior entre todos os caçadores, pai de todos eles, inclusive de Oxóssi. E se observar-mos a cantiga de Oxóssi, veremos que expressão Omo ode, ou seja, filho do caçador, é constante, podendo inferir certa lógica nas histórias contadas pelos africanos. Vejamos um exemplo:

    Omo Ode l’oní, omo Ode lúwàiyé
    Omo Ode l’oní, omo Ode lúwàiyé.

    O filho do caçador é o senhor,
    O filho o caçador é o senhor da Terra.

    Todavia, não podemos desconsiderar o processo cultural que deu origem ao Candomblé e as diferenças fundamentais que existem entre os cultos aos orixás no Brasil e na África. O Candomblé é um ‘resumo de toda a África mística’. Muitos deuses que na África mantinham a sua autonomia, no Brasil foram reunidos em um único orixá e divididos em diversas qualidades.

    Oxum Yéyé Ipondá e Odé Erinlé são, respectivamente, as qualidades de Oxum e Oxóssi que se consideram os pais de Logun Edé. Nós brasileiros sabemos cultuar orixá muito bem, já adquirimos tradição própria que difere, evidentemente, da africana. No Candomblé brasileiro, Oxóssi e Oxum são os pais de Logun Edé, um deus único que encontra em sua paternidade uma forma de existir e residir, pois seu culto se mantém até hoje e é cada vez mais crescente no Brasil. Depois há quem diga na África que Logun Edé é, na verdade, uma altiva versão masculina da própria Oxum:

    Lógunèdé? Òsun ni!

    Logun Edé? Ele é Oxum!

    Uma bela cantiga fala do pai de Logun Edé, de sua força como caçador do respeito que inspira:


    Silêncio!
    Permaneçam em silêncio,
    Ele é o caçador.
    Senhor orixá afogue-me, não me fira,
    Afogue-me com o entendimento do culto,
    Orixá caçador das florestas.
    Aquele que só usa uma flecha
    E que jamais erra.
    Somos filhos de Erinlé,
    Somos filhos daquele que mata a caça.
    Caçado das florestas
    Que foi o primeiro a obter riquezas,
    O primeiro a tornar-se rico,
    Pai, caçador das florestas,
    Seu arco e sua flecha
    Originam-se da mais alta tradição.

    A história revela que Oxóssi, feliz pelo filho vindouro, declarou a Oxum o seu amor e pediu a ela posse do menino:

    -Oxum, por amor a você, quero que Logun Edé fique comigo, vou ensiná-lo a caçar. Comigo ele aprenderá os segredo da floresta.

    Mas Oxum também amava Logun Edé e por maior que fosse seu amor por Oxóssi ela não poderia separar-se de seu filho então declarou:

    -Logun Edé viverá seis meses com sua mãe e seis meses com o seu pai, comerá do peixe e da caça. Ele será Oxóssi e será Oxum, mas sem deixar de ser ele mesmo, Logun Edé: uma princesa na floresta e um caçador sobre as ondas!



















    Òbá

    Aspectos Gerais
    Dia: Quarta-feira
    Data: 30 e 31 de maio.
    Metal: Cobre
    Pedra: Marfim, coral, esmeralda, olho de leopardo.
    Cor: Marrom rajado, vermelho e amarelo
    Comida: Abará ( massa de feijão fradinho enrolado em folhas de bananeira, acarajé e amalá ( quiabo picado ).
    Símbolo: Ofange ( espada ) e escudo de cobre, ofá (arco e flecha)
    Elementos: fogo e águas revoltas
    Região da África: Òyó
    Pedra: granada
    Folhas: candeia, negamina, folha de amendoeira
    Odú que rege: Obeogundá
    Domínios: amor e sucesso profissional
    Saudação: Obà Siré

    PARTES DO CORPO: audição, orelha e junto com EWA, protege o consciente.
    SACRIFÍCIO: = (Oyá)


    Orígem e História


    - Obasy, rio revolto
    - Obasy, mística e idosa, com bons costumes, porém, grosseira.
    - Obasy, mulher valente, orixá de uma orelha só.
    - Obasy, quando em fúria transborda, agita-se.


    Obasy é a senhora da sociedade elekoo, porém no Brasil esta sociedade está muito restrita, sendo assim , esta sociedade passou a cultuar egungun. Deste modo, obasy é a senhora da sociedade lesse-orixa. Ela é uma das três esposa de xangô. Oxum aconselhou a ela que retirasse uma das orelhas para dar a xangô em um prato de caruru, ela o fez, quando viu que oxum não tinha feito isso antes, evocou-se e as duas brigaram, xangô em sua ira as expulsou de casa, transformando-as em dois rios.


    Tudo relacionado a Obasy é envolto em um clima de mistérios, e poucos são os que entendem seus atos aqui no Brasil. Certas pessoas a cultuam como se fosse da família ji, ao passo que outras a cultuam como se fosse um Xangô fêmea. Obasy e ewa são semelhante, são primas e ambas possuem oro omi osun. Ela usa ofá (arco e flecha) assim como Ewa e ambas são identificadas também com Odé. Obasy usa a festa da fogueira de xangô para poder levar suas brasas para seu reino, desta forma é considerada uma das esposas de xangô mais fieis a ele.


    OBA é ORIXÁ ligado a água, guerreira e pouco feminina. Suas roupas são vermelhas e brancas, leva um escudo, uma espada, uma coroa de cobre. Usa um pano na cabeça para esconder a orelha cortada. Conta e lenda que OBA, repudiada por XANGÔ. vivia sempre rondando o palácio para voltar.


    XANGÔ fica horrorizado com a mutilação e expulsa-a para sempre. 0 tipo psicológico dos filhos de OBA, constitui o estereótipo da mulher de forte temperamento, terrivelmente possessiva e carente. Ao contrário de IANSÃ, é mulher de um homem só, fiel e sofrida. São combativas, impetuosas e vingativas. OBA é um ORIXÁ que raramente se manifesta e há pouco estudo sobre ela. Talvez porque nos dias de hoje, mesmo na África ou Brasil, não há espaço para essas caracteristicas do feminino, que cada vez mais recupera seu poder de YANSÃ.


    Obá é mulher consciente de seu poder, que luta e reinvindica seus direitos, que enfrenta qualquer homem --menos aquele que tomar seu coração. Ela abraça qualquer causa, mas se rende a uma paixão. Obá é a mulher que se anula quando ama.

    Obá nasceu do ventre rasgado de Yemonjá após o incesto de Orugan, ela e mais um sem-número de Orixás. Em toda a África Obá era cultuada como agrande deusa protetora do poder feminino, por isso também é saudada como Iyá Agbá, e mantém estreitas relações com as Iya Mi. Era uma mulher forte, que comandava as demais e desafiava o poder masculino. Obá lutou contra todos os Orixás, venceu a batalha contra Oxalá, derrotou Xangô e Orunmilá, e tornou-se temida por todos os deuses.


    Obá, Obá, Obá,
    Orixá do ciúme,
    Terceira mulher de Xangô.

    O açoite do ciúme gravado na carne.
    Fala da fama do marido,
    Move mágoas na madrugada,
    Come cabrito pela manhã.


    Discutindo cm Oxum,
    Não foi a Kossó com Xangô.

    Obá abraça os braços do marido,
    A parte do seu corpo que a prende
    Obá sabe que é bom.


    Embora Obá tenha se transformado em rio, é uma deusa relacionada ao fogo, pois, quem conhece o rio Obá, na Nigéria, sabe que é um rio de águas revoltas, em constante movimento, por isso é sinônimo de fogo.

    Obá é saudada como o Orixá do ciúme, mas não se pode esquecer que o ciúme é o colário inevitável do amor, por tanto Obá é um Orixá do amor, das paixões, com todos os dissabores e sofrimentos que o sentimento pode acarretar. Obá tem ciúme porque ama.

    O lado esquerdo (Osì) sempre esteve relacionado à mulher e, por uma razão muito elementar, é o lado do coração. Quando Obá é saudada como guardiã da esquerda, isso quer dizer que é a guardiã de todas as mulheres, aquela que compreende os sentimentos do coração, pois Obá pensa com o coração.

    Como pode uma deusa ligada a esses sentimentos, se dedicar à guerra? Toda energia de suas paixões frustradas ela canaliza para a guerra, tornando-se a guerreira mais valente, que nenhum homem ousa enfrentar. Obá supera a angústia de viver sem ser amada. Mas será que Obá nunca foi amada de fato?


    Obá troca um palácio por uma tapera, troca todas as riquezas do mundo por uma frase: "Eu te amo".


    O PERFIL DO ORIXÁ
    Orixá ioruba semelhante à Oya. Orixá do rio Obá, foi a terceira das esposas de Xangô, e também mulher de Ogum. Segundo uma lenda de Ifá, Obá era muito enérgica e forte, mais que alguns orixás masculinos, vencendo na luta, Oxalá, Xangô e Orunmilá. A rivalidade surgiu entre ela e Oxum. Esta jovem e elegante. Obá mais velha e sem muita vaidade, mas com pretensão ao amor de Xangô. Sabendo o quanto este era guloso, procurava sempre surpreender os segredos da receitas de cozinha utilizada por Oxum, que irritada decidiu-se pregar-lhe uma peça, quando um dia pediu-lhe que viesse assistir a preparação de determinado prato, que, segundo Oxum, Xangô, o esposo comum, adorava. Quando Obá chegou, Oxum, estava com a cabeça coberta com um pano que lhe escondia as orelhas, e, cozinha uma sopa na qual boiavam dois cogumelos. Oxum mostrou dizendo que havia cortado as próprias orelhas, colocando na sopa, para preparar o prato predileto de Xangô. Quando lhe foi servido, tomou com apetite e satisfação, retirando-se, todo gentil na companhia de Oxum. Na semana seguinte que era a vez de Obá cuidar de Xangô, decidiu fazer a receita predileta de Xangô, cortou uma de suas orelhas e cozinhou com a sopa. Xangô ficou repugnado e furioso com a cena. Neste momento apareceu Oxum, retirou seu lenço, onde Obá viu que as orelhas de Oxum nunca haviam sido cortadas, sendo por esta caçoada, seguiu-se violenta luta corporal, Xangô mostrou toda sua irritação e furor. Oxum e Obá, fugiram apavoradas e transformaram-se nos rios que levam seus nomes.


    Motivo pelo qual, quando Obá se manifesta em alguma das suas iniciadas, leva a mão para cobrir a orelha esquerda, ou ata-se um torço (turbante), a fim de esconder uma das orelhas. Sua cor é vermelha. Sua saudação: Oba sire (Obá xirê).

    QUALIDADES
    Obá Gideo : Xangô, Oyá, Oxum = Iemanjá
    Obá Rewá : Oyá e Xangô

    ARQUÉTIPO


    São pessoas valorosas e incompreendidas. Suas tendências são um pouco viril. As suas atitudes militantes e agressivas são conseqüências de experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Os seus insucessos devem-se, freqüentemente, a um ciúme um tanto mórbido. Entretanto, encontram compensação para as frustrações sofridas em sucessos materiais, onde a sua avidez de ganho e o cuidado de nada perder dos seus bens tornam-se garantia de sucesso.

















    Ewà

    Aspectos Gerais
    Dia: Sábado
    Data: 13 de dezembro
    Metal: Ouro, prata e cobre.
    Cor: Vermelho maravilha, coral e rosa
    Comida: Banana inteira feita em azeite de dendê com farofa do mesmo azeite, feijão fradinho.
    Símbolo: Ejô ( cobra ) e espada, Ofá (lança ou arpão), cabaça com cabo alongado enfeitado com palha da costa, palmeira de leque, espingarda.
    Elementos: florestas, céu rosado, astros e estrelas, água de rios e lagoas.
    Região da África: Mahi ou Egbado
    Pedras: rubí e quartzo rosa
    Folhas: Teteregun (cana do brejo), folha de Santa Luzia, Ojú Orô, Osibatá
    Odú que rege: Obeogundá
    Domínios: beleza, vidência (sensibilidade, sexto sentido), criatividade
    Saudação: Ri Ro Ewá

    Orígem e História

    Ewá é uma bela virgem que entregou seu corpo jovem a Xangô, marido de Oya, despertando a ira da rainha dos raios. Ewá refugiou-se nas matas inalcançáveis, sob a proteção de Oxossi, e tornou-se guerreira valente e caçadora abilidosa.

    Conseguiu frustrar a vingança de Oyá, afastou de si a morte certa. É isso o que mostra um de seus mais belos Orikís:Era mais do que o medo...Era o medo...
    Era a noite, na noite do medo...
    Era o vento, era a chuva, era o céu, era o ar...
    Era a vingança de Oyá...EpaHei!
    Assustava o escuro da noite e assustava a luz azulada dos raios...
    O silêncio se ouvia da noite nos pés medrosos
    Que corriam sobre as poças de água na areia batida.
    Até o silêncio fugia do rugido do trovão...
    Era o medo, era mais do que o medo de Ewá
    Correndo com os pés descalços sobre as poças de areia batida.
    O mar lambia seus pés,
    Querendo tragá-la por sua boca faminta de coisas vivas.
    A noite engolia em sua goela escura e a vomitava no clarão dos raios...
    A luz azulada dos raios brilhando no corpo nú e úmido de Ewá.....

    As virgens contam com a proteção de Ewá e, aliás, tudo que é inexplorado conta com a sua proteção: a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não se pode nadar ou navegar. A própria Ewá acreditam alguns, só rodaria na cabeça de mulheres vírgens (o que não se pode comprovar), pois ela mesma seria uma virgem, a virgem da mata virgem dos lábios de mel.

    Ewá domina a vidência, atributo que o deus de todos os oráculos, Orunmilá lhe concedeu.

    Na África, o rio Yewá é a morada dessa deusa, mas sua orígem gera polêmicas. A quem diga que, a exemplo de Oxumaré, Nanã, Omulú e Iroko, Ewá era cultuada inicialmente entre os Mahi e foi assimilada pelos Iorubás e inserida em seu panteão. Havia um Orixá feminino oriundo das correntes do Daomé chamado Dan. A força desse Orixá estava concentrada em uma cobra que engolia a própria cauda, o que denota um sentido de perpétua continuidade da vida, pois o círculo nunca termina.

    Ewá seria a ressignificação de Dan ou uma de suas metades --A outra seria Oxumaré. Existem, porém, os que defendem que Ewá já pertencia à mitologia Nagô, sendo originária na cidde de Abeokutá. Estes, certamente, por desconhecer o panteão Jeje --No qual o Vodun Eowa, da família Danbirá, seria o correspondente da Ewá dos Nagô, --Confundem Ewá com uma qualidade de Yemonjá. Erram porque Ewá é um Orixá independente, mas sua orígem não se esclarece sequer entre os Jeje, pois em respeitados templos de Voduns afirma-se que Eowa é Nagô.

    Ewá foi uma cobra muito má e por isso foi mandada embora. Acabou encontrando abrigo entre os Iorubás, que a transformaram em uma cobra boa e bela, --A metade feminina de Oxumaré. Por esse motivo, Oxumaré e Ewá, em qualquer ocasião, dançam juntos.














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